CORRESPONDÊNCIA DO SÉCULO 19 VIRA LIVRO

Henrique Bon, historiador, baseia-se na rara correspondência de Henri Bon, que chegou em 1826 para cultivar café em Cantagalo, com o primo na Suíça.

CORRESPONDÊNCIA DO SÉCULO 19 VIRA LIVRO

Henrique Bon, psiquiatra de formação, exerce extraoficialmente o ofício de historiador há anos. Publicou, em 2004, o livro Imigrantes: a saga do primeiro movimento migratório organizado rumo ao Brasil às portas da independência, no qual desvenda origens e fragmentos de história de centenas de europeus que decidiram se aventurar na América. A imigração suíça e, depois, em 1824, a alemã para a colônia de Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, criada para esse fim em 1818, ocorreram em um momento de instalação da lavoura cafeeira no vale do Paraíba, no qual Cantagalo se insere.

Com fronteira agrícola aberta ao cultivo e com população indígenas residual, muitos colonos deixaram a fria colônia de Nova Friburgo e se dirigiram para as “terras quentes”, não só de Cantagalo, mas também da serra de Macaé e regiões vizinhas, plantando café e adquirindo escravizados. Henri Bon, personagem em destaque deste livro, não chegou nessa primeira leva, mas é tributário dela, porque fez uma travessia solo, em 1826, direto para Cantagalo, investindo imediatamente no cultivo do café.

Henrique Bon foi herdeiro de um tesouro: familiares e amigos se corresponderam por décadas com Henri Bon, tudo em francês e tudo conservado pelo pioneiro, uma raridade documental, agora explorada pelo pesquisador em mais uma incursão de fôlego pela história.

Do prefácio de Sheila de Castro Faria